Águas
Claras é banhada pelos já apaziguados raios de sol. Com serenidade a luz
retira-se em passos lentos. A brisa, apesar do ar seco, refresca o tempo.
Algumas árvores castigadas pelo frio, em contraste com as gloriosas flores de ipê,
apelam aos transeuntes que imersos nos cuidados do dia a dia recuperem o
tesouro da paciência.
Ladra
ali na quadra com rabinho frenético um cãozinho na espera da bola lançada pelo
seu dono. Vai por acolá, na calçada, uma mãe empurrando seu bebê no carrinho.
Alguém aprecia sentado no banco da pracinha um cigarro. Outro verifica, perdido
em seu celular, o stories.
Aquele
fervor – hora do rush – apesar de seu rugido furioso parece domado pelas
sombras silentes que escalam os prédios. Até o metrô com aquele ruído
característico acomoda-se a sinfonia que só o fim da tarde tem a magia de
desvelar.
Águas
Claras serpenteia tranquila sob o santuário místico do ocaso.
01/08/2019
H. D’ A
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