Para Francisco
meus poetas
meus profetas
do inferno que agonizo
persigo vosso céu
céu de sóis
antagônicos ao rés
Rilke, Gullar, Celan,
cisnes dos anis
ai que deste confim
em vão busco consolação
a arte não salva tampouco enleva
só há dor e sofrimento
cantar o amor é desperdício
assim como me extravio lendo Jung, o mítico
que há quando nada há?
o Imanifesto? o AIN? Nada!
nada que se diga nada
basta! silêncio.
silencio ante o réquiem sereno
das flores em lapso
rumo ao desconhecido
visíveis somente àqueles vates poetas
desterro, solidão,
mar insólito ilusório
Aion cruciforme, eia!
Satã Demiurgo, tempo!
ah, Celan e a flor de áster
Gullar e o espanto
Rilke lacrimoso, ah
trindades do meu delírio
doridas consolações
silvo sem fim
em fins de tardes sem fim
a-bra-ca-da-bra, Mephisto
a-bra-ca-da-bra, Lilith
adeus, enfim, meus poetas
adeus
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